Os microempreendedores individuais (MEI), as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP), devem ficar atentos para não serem excluídos de ofício do Simples Nacional, por motivo de inadimplência.
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Dólar ignora atuação do BC e fecha cotado a R$ 2,148
O contrato futuro de dólar com vencimento em julho subiu 0,38%, para R$ 2,155.
O movimento de aversão ao risco persiste nos mercados e levou o dólar a fechar ontem na maior cotação desde 5 de maio de 2009. A alta da moeda americana contagiou as taxas dos principais contratos de juros futuros na BM&F, que vivenciaram mais um pregão de alta. Diante da escalada do dólar, que atingiu máxima de R$ 2,16 na manhã de ontem, o BC voltou a intervir no mercado de câmbio realizando dois leilões de swap cambial tradicional (equivalente a uma venda futura de dólar), que somaram US$ 2,114 bilhões.
Mas isso não foi suficiente para segurar o dólar, que subiu 0,70% e fechou a R$ 2,1480. O contrato futuro de dólar com vencimento em julho subiu 0,38%, para R$ 2,155.
Apesar de o BC afirmar que não trabalha com uma banda cambial, o patamar de R$ 2,15 já começa a incomodar a autoridade monetária, diante do risco de aumento da pressão inflacionária, aponta a INVX Global Partners, em relatório.
A última vez que o BC havia anunciado dois leilões de swap cambial num mesmo dia foi em 26 de dezembro. Somando-se a operação de ontem ao leilão realizado em 5 de junho, o BC já vendeu neste mês US$ 3,491 bilhões de dólares por meio desse tipo de operação. Foram vendidos 20 mil contratos de swap no primeiro leilão realizado ontem, com vencimentos em 1º de julho e 1º de agosto, e mais 22,5 mil contratos no segundo leilão, para os mesmos prazos.
Ambas as colocações no leilão de ontem ficaram abaixo do volume ofertado, representado cerca da metade dos contratos colocados à venda. Para operadores, não há uma falta de dólares no mercado, dado que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 10,755 bilhões em maio, e sim uma disposição dos investidores em tomar posições em dólares, uma vez que a valorização da moeda americana no Brasil segue uma tendência global.
A discussão sobre o ritmo e quando o banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) deve começar a reduzir os estímulos monetários tem provocado uma reorganização de portfólio dos investidores, levando a uma saída de emergentes e uma busca por proteção e fundos de curto prazo, os chamados "money markets". Esses portfólios atraíram US$ 3,87 bilhões na semana passada.
Desde 22 de maio, quando o dólar rompeu a barreira de R$ 2,05 em relação ao real, a moeda americana já se valorizou 5,45%. Dados econômicos mais fracos da China também contribuíram para a queda das moedas de emergentes ontem.
A alta do dólar também aumentou a busca por "hedge" (proteção) por parte das empresas, que tentam proteger seus passivos em moeda estrangeira, o que tem contribuído para a desvalorização do real, afirma Alfredo Barbutti, economista da corretora BGC Liquidez. Barbutti lembra que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% sobre derivativos limita o aumento das posições vendidas (aposta na queda da cotação) em dólar no mercado futuro. "O governo podia não necessariamente retirar o IOF, mas aumentar o valor da isenção [que hoje é de até US$ 10 milhões para a variação das posições líquidas vendidas em dólar]."
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os juros futuros seguiram a toada do mercado de câmbio e também terminaram em alta. Desvalorização cambial se traduz em pressões inflacionárias, o que alimenta expectativas de alta dos juros. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 fechou a 8,64%, ante 8,58% na sexta-feira.
Entre os contratos com vencimento mais distante, a dinâmica de alta é ditada pelo rearranjo dos mercados de renda fixa em todo mundo. A visão é que as condições internacionais impõe taxas de juros mais elevadas no Brasil, o que explica a alta geral das taxas dos DIs.
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