’A meta vai ser cumprida, em tudo que depender do governo’, apontou secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan
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Em alta, nomadismo digital poderá ser realidade de 1 bilhão de pessoas
Profissionais que atuam de forma remota para empresas estrangeiras poderão viver no país sem a necessidade de um visto de trabalho comum.
Para quem tem o sonho de morar na Espanha, desde janeiro o objetivo se tornou um pouco mais fácil. Isso porque o país ibérico criou uma nova categoria de visto, direcionada aos integrantes do chamado nomadismo digital. Ou seja, profissionais que atuam de forma remota para empresas estrangeiras poderão viver no país sem a necessidade de um visto de trabalho comum.
O movimento é mais um reforço para o crescimento da flexibilidade global. Segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022, da Fragomen, empresa especializada em migração, o estilo de vida dos nômades digitais conta com mais de 35 milhões de adeptos ao redor do globo. A expectativa é que até 2035 o número chegue a 1 bilhão de pessoas.
Atualmente, nômades digitais podem conseguir vistos específicos para esse modelo de trabalho em 23 países, incluindo o Brasil. Por aqui, é necessário que estrangeiros comprovem renda mínima de US$ 1,5 mil por mês ou tenham uma conta bancária com o equivalente a US$ 18 mil.
De acordo com a Folha de S.Paulo, pelo menos 300 vistos já foram concedidos a nômades digitais no Brasil entre janeiro e novembro de 2022, com São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina liderando as solicitações de permanência.
“Note que antes de 2020, este parecia ser um cenário bem distante para boa parte das empresas e dos colaboradores. Agora, o sonho de muitos profissionais (antes viajantes) que buscavam exercer seus trabalhos de qualquer lugar, via internet, tornou-se viável em um mundo cada vez mais conectado e sem fronteiras. E esse parece ser parte do novo normal”, salienta Benito Pedro Vieira Santos, diretor executivo da Avante Assessoria Empresarial.
Quebra de barreiras
É fato que, com o avanço da vacinação, muitas empresas não tardaram para deixar o home office – e até o modelo híbrido – de lado e retomar a rotina no escritório. Prova disso são os números levantados pelos pesquisadores Stefano Pacini, Rodolpho Tobler e Viviane Bittencourt, com base em sondagens empresariais e do consumidor do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Enquanto em outubro de 2021 cerca de 58% das companhias tinham adotado o home office, somente 33% o mantiveram em outubro do ano passado.
No entanto, na visão de César Furlan, que atua há mais de 20 anos com recrutamento e seleção, a “ansiedade” por parte de alguns gestores em voltar para o trabalho presencial não tende a impactar negativamente os números do nomadismo digital.
“A dinâmica dos nômades digitais está muito acima de alguns líderes e gestores que não conseguem liderar a distância. É uma quebra de barreiras geográficas, tanto em caráter nacional quanto internacional, que aumenta muito o leque das organizações para encontrar os melhores talentos. É um processo que faz parte de um novo mundo e um novo mercado. Empresas verdadeiramente competitivas não só vão se adaptar, como vão tornar ainda mais poderoso o nomadismo”, diz.
Segundo Vieira Santos, o momento é das companhias refletirem sobre como dar suporte e condições reais de trabalho para os colaboradores que não precisam – ou não desejam – mais estar em um escritório. Pesquisa realizada pelo Vagas.com para software de R&S Vagas For Business, revela que 30,1% dos trabalhadores brasileiros vão dar preferência às vagas no modelo home office em 2023. O motivo principal? A possibilidade de trabalhar em qualquer empresa do Brasil e do mundo.
“Além disso, é possível pensar ainda em questões como a flexibilização de contratos, afinal, ainda faz sentido pensar em exclusividade? E na possibilidade de acessar colaboradores que antes pareciam ser ‘impossíveis’ de integrar o time. Nunca é demais lembrar que mudanças levam tempo para serem totalmente aceitas e que não resistir a elas é um excelente começo para quem deseja implantar novos hábitos nas empresas”, pontua o executivo.
Acostumada a esse método de trabalho, Luisa Casagrande, Co-founder e CMO da Brigadeiro.com.vc, comenta sobre o que é preciso para levar uma vida como nômade digital.
“O mais importante para quem estiver interessado na prática do nômade digital é ter responsabilidade. Tendo isso, você conseguirá se planejar em relação a horários e ambientes propícios para cumprir suas atividades diariamente. Para manter a organização basta ter foco naquilo que precisa ser feito a cada dia, sem se distrair. Ter um horário certo para cada coisa e um ambiente confortável como área de trabalho” explica.
Apesar de todo esse cuidado e atenção, vale lembrar que, ao se tornar um nômade digital, é possível explorar algumas oportunidades que um emprego presencial não oferece. Dentre os benefícios está o de conhecer novas pessoas e culturas, pois como nômade, “você possui diversas portas abertas para embarcar em um trabalho onde bem entender”. Ter liberdade para trabalhar com o que gosta e não se prender a empregos para exercer funções específicas e distintas do seu perfil profissional também são benefícios citados por Luisa.
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